A importância da análise do comportamento – ABA no autismo

4 minutos para ler

Meu nome é Isis Bacelar e sou analista de comportamento.

Me especializei em Autismo e Ciência do comportamento pela George Brown College em Toronto, Canada. Hoje eu quero falar um pouco sobre a importância da análise do comportamento (ABA) no autismo.

Assim que me formei comecei a trabalhar em um centro especializado em autismo chamado Shining Through Centre. No centro ganhei experiência prática e teórica que hoje aplico com meus pacientes em Aracaju, SE.

A análise do comportamento aplicada (ABA) é uma ciência que preza pela coleta de dados e a partir da análise desses dados é que se tomam decisões para uma terapia no autismo mais efetiva. Lembrem-se disso ao contratar um serviço de terapia que se diz basear em análise do comportamento.

Anotem também que quando se fala em ABA no autismo a terapia deve ser intensiva e no mínimo 20h semanais. É muito importante ter um/a acompanhante terapêutico(a) para intensificar as terapias em casa.

Algumas dicas para os pais

Acredito que seja muito importante dar algumas dicas aos pais que podem ajudar no dia a dia da família e ajudar os pequenos a desenvolver habilidades essenciais. Por isso, vou trazer aqui pequenas coisas que podem ser reforçadas em casa.

Muitas crianças com autismo têm grandes dificuldade de fazer contato visual, por isso sempre peço aos pais que caso a criança engaje-se em algum comportamento problema, não a chame pelo nome. Evitem chamá-los pelo nome quando vão dar alguma bronca ou negar algo. Nas fases iniciais da terapia o ideal é sempre associar o nome da criança com coisas boas, com reforçadores sociais e itens de alta preferência, por exemplo. Toda vez que forem dar algo que a criança goste muito (reforçadores), chame pelo nome e entregue o reforçador. É muito importante também esperar que a criança faça contato visual antes de entregar o reforçador.

Outra coisa que pode ser feita em casa é não permitir que a criança tenha acesso a tudo a qualquer hora. Guardem os brinquedos em locais estratégicos para criar oportunidade de ensino, como pedir aquele item, por exemplo. Lembrem-se, queremos que a criança entenda que ela precisa do adulto para ter acesso aos itens que deseja. A independência é importante, mas indivíduos com autismo já tem uma grande disposição de se isolarem e se auto entreterem. Vamos criar oportunidades para ensinar e gerar interação social.

Comportamentos adequados e inadequados

Outra dica valiosa é: queremos sempre reforçar os comportamentos adequados e NUNCA nomear os comportamentos inadequadas. Converso muito com os pais sobre essa questão que julgo ser de extrema importância.

Caso a criança se comporte de forma inapropriada, não de muita atenção ao comportamento dizendo coisas como “é feio bater”, “eu não gostei que você jogou as coisas no chão”, ou ate mesmo pedir para que aquela criança não repita o comportamento. Em muitos casos esses indivíduos engajam-se nesses comportamentos como forma de chamar atenção. Nomear o comportamento negativo pode trazer a atenção necessária para que esse comportamento se repita mais vezes. Ao invés de nomear o que não queremos ver, vamos sempre nomear coisas que queremos que se repita como, “gosto muito de te ver comendo”, “que maravilha que está guardando os brinquedos”, “isso é  prestar atenção, muito bem”, são alguns exemplos de como reforçar os ótimos comportamentos.

Tudo bem se usarmos brinquedos e algumas brincadeiras para reforçar os comportamentos, mas não se esqueçam de associar com reforçadores sociais.

O ideal é que em algum momento, nós terapeutas, mães, pais e todos que estão no ciclo daquele individuo, sejam valiosos o suficiente para dar alguma instrução e esse individuo seguir sem precisar que usemos objetos para a contemplação da tarefa.

Espero que tenha ajudado e qualquer dúvida estou disponível para responder.

ISIS BACELAR
ANALISTA DE COMPORTAMENTO
Contato: (79) 99959-3858
Instagram: @isisbacelar.aba
Contato: (79) 99959-3858
E-mail: isisbacelaraba@gmail.com

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12 thoughts on “A importância da análise do comportamento – ABA no autismo

  1. Parabéns pelo excelente texto.
    Ainda não tenho o diagnóstico de autismo para minha filha de 2 anos e 8 meses, mas tenho lido e assistido no Ytube muito sobre o assunto. Receber antecipadamente dicas de como atuar de forma positiva para o desenvolvimento do nossos filhos é algo muito valioso.

  2. Bom dia ! Valorizo muito o trabalho de vocês, pois nos ajuda e muito com os direotos dos nossos anjos azuis.
    Gostaria de ter acesso ao formulário do benefício prestação continuada que o inss ta pedido e já li o blog entero e não encontrei desde já agradeço à atenção.

  3. Olá boa tarde sou mãe de uma bebê com síndrome de moebius pé torto congênito
    Tenho dúvidas sobre autismo tô achando que minha bebê tem gostaria de saber se tem como alguém me orientar alguém pra me esclarecer sobre o assunto de já agradeço abraço

  4. As terapeutas do meu filho deram alta (pasico e fono) da metodologia ABA, mesmo ele precisando, falaram para eu procurar as terapias convencionais. Disseram que foram forçadas pela Clínica que é da Unimed. Onde posso recorrer? somente com advogado? Ministério ou Defensoria Pública?

    1. Pode recorrer, claro.
      Precisa de um laudo médico indicando que ele necessita continuar com ABA.
      Se ele for mais mocinho, a TCC é muito usada com autistas.
      Converse melhor com deu médico e atualize o laudo terapêutico do seu filho.

  5. olá minha filha tem 12 anos e sempre comportamentos negativos ao sair de casa, para entrar em consultórios médicos, na terapia, no ônibus se alguém senta fora lado dela faz caretas, não faz amizades, faz caretas e fica afastada, mas depois de algum tempo ela quer fazer amizades mas não consegue em qual especialista passo ela para melhorar esses comportamentos.Desde ja Agradeço a ajuda .Obrigada.

    1. Um analista de comportamento pode trabalhar essa dificuldade dela em relação às outras pessoas.
      Um psicólogo que trabalhe com habilidades sociais também pode ser extremamente útil.
      Se vc não tiver um diagnóstico, procure um psiquiatra ou neurologista infantil para avaliar melhor sua filha.

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